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01/03/2023 às 14h15min - Atualizada em 01/03/2023 às 14h15min

Ministro dos transportes da Grécia renuncia após acidente de trem com pelo menos 36 mortes

Corpo de bombeiros grego disse que o número de pessoas mortas deve aumentar

Júnior Mendonça
com informações BBC
Zekas Leonidas / Eurokinissi / AFP
 
O Ministro de Infraestrutura e Transportes da Grécia, Kostas Karamanlis, renunciou ao cargo nessa quarta-feira (28), dizendo que é impossível continuar depois "de algo tão trágico", referindo-se à grave colisão entre dois trens, na noite de terça-feira, que deixou pelo menos 36 mortos e dezenos de feridos.

 
Karamanlis diz que está assumindo a responsabilidade pelas falhas do Estado grego.

"Isso se chama responsabilidade política. Por essa razão, anuncio minha renúncia ao cargo de ministro das Infraestruturas e Transportes. É o que sinto como um dever de fazer, como uma marca de respeito à memória das pessoas que morreram tão injustamente e assumindo a responsabilidade pelos erros do Estado grego e do sistema político grego ao longo da história", afirmou.

"Do fundo do meu coração, expresso minha tristeza e meu apoio às famílias das vítimas", completou o agora ex-ministro grego.

O acidente
Um trem de passageiros, transportando 350 pessoas, e um trem de carga bateram perto da cidade de Larissa, no norte da Grécia na noite de ontem. As equipes de resgate continuam uma operação de busca envolvendo 150 bombeiros, quatro guindastes e quarenta ambulâncias. O corpo de bombeiros grego disse que o número de pessoas mortas no acidente de trem deve aumentar.

Os primeiros quatro vagões do trem de passageiros descarrilaram e os dois primeiros pegaram fogo. Não se sabe exatamente quantas pessoas morreram, mas a mídia local diz que há pelo menos 36 vítimas fatais, com números que devem aumentar, e 72 pessoas foram hospitalizadas.

A brigada de incêndio disse que as temperaturas ultrapassaram 1.300°C onde um incêndio começou, dificultando a identificação das vítimas. Parentes de pessoas que ainda estão desaparecidas após o acidente de trem forneceram amostras de DNA para ajudar a identificar os corpos daqueles que morreram, confirmou um hospital na cidade vizinha de Larissa.

O chefe da estação de Larissa foi indiciado por homicídio culposo por negligência, mas nega qualquer irregularidade e atribui o acidente a uma possível falha técnica. A polícia diz que o homem de 59 anos também foi acusado de lesões corporais graves por negligência.

O presidente da Grécia descreveu o acidente como uma "tragédia inimaginável" e três dias de luto nacional foram declarados.

Mais cedo, o primeiro-ministro grego Kyriakos Mitsotakis visitou o local do acidente em Tempi, perto de Larissa. Mitsotakis viu a devastação por si mesmo ao passar pelos vagões de trem descarrilados, nos quais sobreviventes horas antes quebraram janelas para escapar.

"Nossos pensamentos hoje estão em primeiro lugar com os parentes das vítimas. Nosso dever é tratar os feridos e a partir daí identificar os corpos. Posso garantir que descobriremos as causas desta tragédia e faremos tudo ao nosso alcance para garantir que isso nunca aconteça novamente", afirmou Mitsotakis.

Avaliação inicial mostra erro humano
O chefe do sindicato que representa os trabalhadores da Hellenic Railways Organization (OSE) da Grécia, Nikos Tsikalakis, diz que a conclusão inicial de uma investigação sobre o acidente é que aconteceu devido a um erro humano.

No entanto, de acordo com a mídia local, também disse que é necessário mais de um fator para que tal incidente aconteça e que o quadro completo das circunstâncias ainda não é conhecido.

Em entrevista à Rádio ENA, referiu a falta de trabalhadores na rede ferroviária, afirmando que embora devesse haver mais de 2.000 trabalhadores a nível nacional, atualmente existem apenas 750.

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